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domingo, junio 13, 2010

Al Berto "O Medo"


O Medo («El miedo»), es tal vez la obra más importante y su testimonio definitivo, una antología del trabajo poético de Al Berto entre 1974 y 1986, editado por primera vez en 1987. Posteriormente a su fallecimiento en 1997 se han añadido, en posteriores ediciones, nuevo textos del autor.

"em teus braços esculpidos no vento, ó bem-amado! e no frio suor da doença procuro o alimento.
carregado de noites, não tenho alento para perseguir tua sombra, nem sei como consegui chegar até aqui. escapámos ilesos ao ciúme. a linha que separa a veia da lâmina tornou-se nítida. a morte não nos surpreenderá desprevenidos, sabemos quase tudo sobre a alvura fosfurecente.
encosto a cabeça à terra, oiço o estremecer de um astro sepultado na mina da respiração. ergo-me por cima do mar, inundo de cuspo os lábios do escutador de estrelas. ergo-me, humano, e vou pelas ruas.
ínfimo rumor, diminuto tempo do corpo desgasto. surges-me na bainha alucinante das ondas, acenas-me e eu corro ao teu encontro. levanto voo com a sombra transparente dos pássaros.
anoiteceu."

27 de Julho de 1982 "O Medo", Alberto Raposo Pidwell Tavares


En España ha sido editado por la Editorial Pre-Textos en la Colección Cruz del Sur
REF.: 864
ISBN : 978-84-81918083
PÁGS. : 292
PRECIO : 22 €


8 comentarios:

  1. Hoje é dia de Santo António dia do santo padroeiro e feriado municipal em Lisboa.
    Ontem Lisboa não dormiu e as ruas do centro foram uma grande festa colectiva que durou até o sol raiar

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  2. Estoy segura p-jota de que has publicado este poema tan dulce e intimista para mi. Tan entrañable.
    Querías verme contenta. Lo has conseguido.
    Gracias.
    Justo hoy había estado añorando a Lisboa y su mágico fado al atardecer en las esquinas de sus calles empredradas.

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  3. A escrita é a minha primeira morada de silêncio
    a segunda irrompe do corpo movendo-se por trás das palavras
    extensas praias vazias onde o mar nunca chegou
    deserto onde os dedos murmuram o último crime
    escrever-te continuamente... areia e mais areia
    construindo no sangue altíssimas paredes de nada

    esta paixão pelos objectos que guardaste
    esta pele-memória exalando não sei que desastre
    a língua de limos

    espalhávamos sementes de cicuta pelo nevoeiro dos sonhos
    as manhãs chegavam como um gemido estelar
    e eu perseguia teu rasto de esperma à beira-mar

    outros corpos de salsugem atravessam o silêncio
    desta morada erguida na precária saliva do crepúsculo

    Al Berto: O Medo (Assírio & Alvim, 1997)

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  4. Vigilias

    tal vez no sea sólo fiebre esto que me destruye
    puede ser un síntoma de peste
    cualquier mal que se extiende por la mansa noche
    y contamina los días cerrados en la desolación
    [...]no consigo imaginar que se muere sólo
    sin sombra sin enfermedades sin sangre
    me aterra saber que no podré llevar
    el jersey tejido por mi madre
    en la interminable luminosidad del mar.

    Al Berto

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  5. foram breves e medonhas as noites de amor
    e regressar do âmago delas esfiapava-lhe o corpo
    habitado ainda por flutuantes mãos

    estava nu
    sem água e sem luz que lhe mostrasse como era
    ou como poderia construir a perfeição

    os dias foram-se sumindo cor de chumbo
    na procura incessante doutra amizade
    que lhe prolongasse a vida

    e uma vez acordou
    caminhou lentamente por cima da idade
    tão longe quanto pôde
    onde era possível inventar outra infância
    que não lhe ferisse o coração

    ****

    fueron breves y espantosas las noches de amor
    y regresar de aquella intimidad le deshilachaba el cuerpo
    habitado aún por titubeantes manos

    estaba desnudo
    sin agua y sin luz que le enseñase cómo era
    o cómo podría construir la perfección

    los días se fueron consumiendo color de plomo
    en la búsqueda incesante de otra amistad
    que le prolongase la vida

    y una vez despertó
    caminó lentamente por encima de la edad
    tan lejos como pudo
    a donde fuera posible inventar otra infancia
    que no le dañara el corazón

    Al Berto

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  6. El caravaggiesco retrato de Al Berto en la portada, casi como varón de dolores, fue obra de su amigo el fotógrafo portugués Paulo Nozolino.

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  7. Dulce y maravilloso elportugués, estudié algo, y aprecio su cadencia, los golpes suaves con que componen las palabras... me da ganas de volver a estudiarlo. Me encantaría que la edición fuera bilingüe, pero veo que no. Lo apunto, viene el verano, y el rumor de las tardes de mar. Será perfecto.

    Besicos, cuántas cosas interesantes, pejota.

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  8. Estás atrayendo -merecidamente- a un club de fans portugueses, jaja.

    Al Berto y O Medo suena muy pop...

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